As águas e um Tereré Vazante

O Pantanal em festa...

Foto: Tereré na Vazante - Por: Leonardo Leite de Barros

Foto: Tereré na Vazante - Por: Leonardo Leite de Barros

Depois de um bom tempo campereando, pouco importa o objetivo, o brejo encharcado e suas vazantes dão o tom. O galeio da troteada e o jeito de mexer com a vaquejada é ditado pelas águas.

A volteada do seco muda, o mundo mudou, tuiuiú e garça cagando branco de tanto comer rubafo e cascudo, tatu peba fazendo condomínio em busca dos besouros, a fauna escaramuçando fazendo amor. A vida vem com as águas.

A comunidade pantaneira participa da fartura, se fizermos um senso pantaneiro, vamos encontrar a mesma incidência, as águas e o frescor do fim do verão é hora de procriar.

O tereré na vazante é tradição. Com as águas, a roda é feita no brejo, ninguém apeia do cavalo, a guampa vai e volta na roda pantaneira. Tropa já acostumada grameia e toma sua água. Sincronia perfeita!!

Hoje, na forma da tropa, pedi um montado pequeno, facilita na hora de montar. Tempo implacável, a agilidade de bolear a perna no montar já foi. Sigo tentando manter a pose.

No cruzar a Corixinha, a companheirada ficou olhando a cena. O patrão escolheu o montado errado das águas, molhou a zorba . Pantaneiro não perdoa, risadas largas ecoaram na cordilheira.

Aprendi, na enchente, melhor um cavalo grande e um toco para subir e bolear a perna já velha e vacilante. Perder o tereré vazante nunca!

Viva nosso Pantanal!!

Por: Leonardo Leite de Barros