Depois de um bom tempo campereando, pouco importa o objetivo, o brejo encharcado e suas vazantes dão o tom. O galeio da troteada e o jeito de mexer com a vaquejada é ditado pelas águas.
A volteada do seco muda, o mundo mudou, tuiuiú e garça cagando branco de tanto comer rubafo e cascudo, tatu peba fazendo condomínio em busca dos besouros, a fauna escaramuçando fazendo amor. A vida vem com as águas.
A comunidade pantaneira participa da fartura, se fizermos um senso pantaneiro, vamos encontrar a mesma incidência, as águas e o frescor do fim do verão é hora de procriar.
O tereré na vazante é tradição. Com as águas, a roda é feita no brejo, ninguém apeia do cavalo, a guampa vai e volta na roda pantaneira. Tropa já acostumada grameia e toma sua água. Sincronia perfeita!!
Hoje, na forma da tropa, pedi um montado pequeno, facilita na hora de montar. Tempo implacável, a agilidade de bolear a perna no montar já foi. Sigo tentando manter a pose.
No cruzar a Corixinha, a companheirada ficou olhando a cena. O patrão escolheu o montado errado das águas, molhou a zorba . Pantaneiro não perdoa, risadas largas ecoaram na cordilheira.
Aprendi, na enchente, melhor um cavalo grande e um toco para subir e bolear a perna já velha e vacilante. Perder o tereré vazante nunca!
Viva nosso Pantanal!!
Por: Leonardo Leite de Barros