Bomba baixa: entenda como funciona o golpe em postos de combustível que não poupa nem a PRF

Fiscalização encontra várias irregularidades em postos do Rio de Janeiro

Agentes da PRF flagram golpe da bomba baixa durante abastecimento de viatura

Agentes da PRF flagram golpe da bomba baixa durante abastecimento de viatura

O que é o golpe da "bomba baixa", fraude que terminou na prisão de um gerente de um posto de combustível na BR-101, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, é conhecido da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e ocorre há anos, mas o caso registrado na noite da última quinta-feira (21) chamou por envolver o abastecimento de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Os agentes observaram que o visor da bomba indicava 81,66 litros de diesel, mas o tanque da viatura tem capacidade para 76 litros. Eles desconfiaram de fraude e determinaram que o frentista realizasse o teste no balde de aferição de 20 litros e confirmaram o golpe.

No golpe da bomba baixa", os fraudadores fornecem combustíveis em uma quantidade menor do que está registrado na bomba. Em alguns casos, a mudança é feita por controle remoto. Na prática, a bomba é alterada para que vá menos combustível para o tanque, mas o marcador registra mais. O consumidor paga e não leva.

Fiscalização

Postos de combustível da cidade de São Gonçalo foram alvo da última fiscalização da força-tarefa pela composta pela ANP, Inmetro, Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Rio de Janeiro (IPEM-RJ), Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) da Polícia Civil e Procon-RJ realizou a terceira fase da operação Noel na Bomba. A ação, feita em onze estados, ocorreu entre os dias 4 e 14 de dezembro. No Rio, Duque de Caxias, Niterói e na capital carioca também foram alvo da fiscalização.

Veja o que os agentes encontraram:

Um revendedor foi autuado por violar faixas e lacres e foi totalmente interditado por funcionar sem autorização da ANP para a atividade de revenda de combustíveis.

Um segundo posto foi autuado e teve dois bicos de GNV interditados por comercializar o produto com pressão máxima de abastecimento superior à permitida (220 bar). Outros dois postos da capital foram autuados por não disporem de termodensímetro, equipamento acoplado a bomba de etanol para verificação da qualidade do produto no ato do abastecimento, em perfeito estado de funcionamento.

Em Niterói, um posto foi autuado por comercializar gasolina C comum fora das especificações, violar faixas e lacres de interdição anterior e por comercializar etanol hidratado combustível com teor indevido de metanol. O agente foi totalmente interditado. Ainda em Niterói, um segundo posto de combustíveis foi autuado por violar faixas e lacres colocados anteriormente pela ANP, e sofreu reinterdição total.

Em São Gonçalo, dois revendedores foram autuados por comercializarem gasolina C comum fora das especificações. Na cidade, fiscais ainda detectaram a presença indevida de metanol no etanol hidratado comercializado em três postos. Os três revendedores foram autuados ainda por violarem faixas e lacres da ANP e reinterditados totalmente.

Já em ações individuais da ANP, foram fiscalizados 15 postos revendedores de combustíveis do município do Rio de Janeiro. Um posto foi autuado e teve dois bicos de GNV interditados por comercializar o produto ao consumidor final com pressão máxima de abastecimento superior à permitida. Um segundo revendedor foi autuado por não dispor de termodensímetro em perfeito estado de funcionamento.