A crescente presença de microplasticos no ambiente representa uma ameaça à saúde humana, entrando em nossos corpos por inalação, ingestão ou contato com a pele. Eles se originam de produtos como cosméticos e da degradação de objetos plásticos, inclusive os biodegradáveis, que podem se fragmentar em micropartículas que se fixam nos tecidos.
Estudos demonstram a preocupante presença de microplasticos em diversos órgãos, incluindo cérebros, sangue, placenta e pulmões. A compreensão de como essas partículas são absorvidas e eliminadas pelo corpo ainda é limitada, mas a pesquisa avança.
Os potenciais impactos na saúde são uma grande preocupação. A capacidade dos microplasticos de absorver e transportar poluentes gera questões sobre exposição a toxinas. Pesquisas iniciais sugerem riscos de danos físicos, inflamações, toxicidade química por aditivos e plastificantes, interferência endócrina e reações alérgicas.
"A capacidade dos microplasticos de absorver e transportar poluentes gera questões sobre exposição a toxinas." concluiu um especialista.
Estudos em animais demonstram danos a órgãos vitais, afetando o sistema digestivo, fígado, rins e sistema nervoso, além de impactos na reprodução e desenvolvimento. Em humanos, estudos sugerem relação com doenças inflamatórias intestinais, problemas respiratórios e até mesmo câncer, embora mais pesquisas sejam necessárias.
Medidas preventivas em nível individual incluem reduzir o uso de plásticos, optar por alternativas reutilizáveis e biodegradáveis, descartar corretamente o lixo e evitar produtos com microesferas plásticas. Em nível coletivo, políticas de gestão de resíduos sólidos, incentivo à reciclagem e compostagem, desenvolvimento de tecnologias de purificação e mais pesquisa são fundamentais.
No Brasil, iniciativas como filtros veiculares com nanotecnologia na Universidade Federal de São Carlos e pesquisas em purificação de água na USP e no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, demonstram esforços para mitigar a contaminação. No entanto, especialistas defendem mudanças urgentes nos hábitos de consumo para diminuir a entrada de microplasticos no ambiente e, consequentemente, no corpo humano.
Embora ainda não haja certezas definitivas sobre o impacto a longo prazo, a ciência converge para a necessidade de ações imediatas. A situação exige um esforço conjunto de governos, indústria e cidadãos para reduzir a produção e o descarte inadequado de plásticos, minimizando assim os riscos à saúde pública.
*Reportagem produzida com auxílio de IA