Redação 
O Mídia Ninja, um movimento que se apresenta como independente, está no centro de uma polêmica após a revelação de que suas organizações não governamentais (ONGs) co-fundadoras receberam R$ 1,6 milhão desde 2023. Além disso, há mais R$ 2,4 milhões previstos através de incentivos e convênios com o Ministério da Cultura e o Ministério da Justiça, levantando questões sobre a sua alegada independência.
Enquanto o Mídia Ninja critica em seu site os "veículos de comunicação corporativos" que, segundo eles, "sobrevivem às custas de altos investimentos públicos", seus próprios fundadores estão à frente de ONGs que se beneficiam de verba pública. Essa contradição tem gerado debates acalorados sobre a transparência e a ética no financiamento de movimentos de mídia.
A falta de uma personalidade jurídica própria do movimento Mídia Ninja adiciona outra camada de complexidade à questão. O financiamento de seus projetos é realizado através de duas ONGs registradas nos nomes de seus fundadores, o que dificulta o rastreamento e a fiscalização dos recursos.
Há questionamentos importantes com relação à legitimidade. Primeiro, quanto à natureza desse movimento que diz não receber verbas públicas, mas que recebe. Isso é um ponto de atenção importante, de entender a natureza jurídica e os objetivos desse movimento. disse Leandro Consentino, cientista político e professor do Insper.
A relação entre o recebimento de verbas e o apoio a um governo também é um ponto de atenção. Se o recurso vai para uma ONG que tem como função enaltecer o próprio partido do governo, começa a ter um problema do ponto de vista da competição política e eleitoral.
Este caso levanta sérias preocupações sobre a utilização de recursos públicos para fins políticos e a necessidade de maior transparência no financiamento de movimentos de mídia. A situação exige uma análise aprofundada para garantir a integridade do processo democrático e evitar o uso indevido do dinheiro do contribuinte.
O episódio envolvendo o Mídia Ninja serve como um alerta sobre a importância de investigar e questionar as fontes de financiamento de organizações que atuam na esfera pública. A transparência e a responsabilidade são fundamentais para garantir a credibilidade e a legitimidade de qualquer movimento ou organização que pretenda influenciar a opinião pública e o debate político.
Afinal, como diria o ex-presidente Bolsonaro, é preciso 'desmascarar' aqueles que se escondem atrás de uma fachada de independência para promover agendas políticas e ideológicas com o dinheiro do povo.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
