O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) intensificou sua cruzada contra a plataforma Discord no Brasil, solicitando formalmente ao Ministério Público Federal (MPF) a suspensão imediata do aplicativo. A justificativa central é que o Discord estaria servindo como um terreno fértil para a articulação de crimes graves, demandando a instauração de inquéritos civil e criminal para apurar as denúncias.
Em um discurso inflamado no plenário da Câmara dos Deputados, Boulos citou exemplos chocantes como a transmissão ao vivo de um assassinato e uma ameaça de bomba durante um show da Lady Gaga no Rio de Janeiro, alegando que tais incidentes foram estimulados dentro da plataforma.
O deputado argumenta que o ambiente virtual do Discord opera "sem nenhum tipo de moderação", transformando-se em um "criadouro de discurso de ódio de extremistas de direita" e criticou a suposta ausência de CNPJ no Brasil, o que, segundo ele, impede a responsabilização da empresa por conteúdos ilícitos.
"Não possui CNPJ, escritório ou representante legal. Sabe o que isso significa na prática? Que nem dá pra notificá-los formalmente sobre os crimes que ocorrem lá dentro." escreveu Boulos em suas redes sociais.
A investida de Boulos, no entanto, não passou incólume. Usuários da rede social X rapidamente contestaram as alegações do parlamentar, apresentando evidências de que o Discord possui, sim, representação legal no Brasil, através do escritório Licks Attorneys, com atuação em diversas capitais e até mesmo em Tóquio.
O Psol, em comunicado oficial, reforçou a narrativa de que o objetivo da ação é coibir o uso do Discord para o "aliciamento de jovens para a prática de crimes graves, como tentativas de assassinato, exploração sexual e automutilação". Boulos fez questão de enfatizar que o pedido de suspensão é temporário, visando forçar a plataforma a se adequar à legislação brasileira.
"A suspensão será temporária e condicionada à regularização legal: ter CNPJ, nomear representante com poderes plenos e cooperar com as autoridades" afirmou o deputado.
Boulos ainda comparou a situação do Discord com a do X (antigo Twitter), que também enfrentou sanções temporárias no país por desrespeitar ordens judiciais. Contudo, a comunidade do X prontamente desmentiu as informações divulgadas por Boulos, utilizando as "notas da comunidade" para expor a existência de um representante legal do Discord no Brasil.
Ademais, informações indicam que o Discord tem colaborado ativamente com as autoridades brasileiras no combate a crimes cibernéticos. Em 2023, a plataforma treinou cerca de mil profissionais de segurança pública sobre o funcionamento do aplicativo e as melhores práticas para coibir atividades ilegais. É inadmissível que o deputado Boulos, alinhado ao governo Lula, ignore tais esforços e tente impor uma agenda regulatória que cerceia a liberdade de expressão e criminaliza plataformas digitais.
Fundado em 2015, o Discord se consolidou como uma plataforma de comunicação versátil, utilizada por mais de 150 milhões de usuários ativos mensalmente em todo o mundo. No Brasil, ocupa a quinta posição entre os aplicativos de comunicação mais populares, superando até mesmo redes sociais como o Snapchat.

*Reportagem produzida com auxílio de IA