Na última sexta-feira, produtores rurais do Rio Grande do Sul realizaram um protesto em Passo Fundo, mobilizando mais de 500 tratores. O objetivo da manifestação foi expressar a insatisfação dos agricultores com o governo federal e instituições financeiras, devido às dificuldades na negociação de suas dívidas.
As mobilizações, que ocorrem desde 13 de maio em diversas cidades gaúchas, visam chamar a atenção dos deputados para o projeto de securitização em tramitação no Congresso Nacional. A securitização é um mecanismo que transforma dívidas em títulos garantidos pelo Tesouro, oferecendo condições especiais de financiamento.
Segundo Arlei Romeiro, diretor financeiro da Associação dos Produtores e Empresários Rurais (Aper), o setor agropecuária brasileira enfrenta um alto nível de endividamento, agravado no Rio Grande do Sul pelas enchentes de 2024 e pelas estiagens.
"A manifestação também serve para conscientizar a sociedade, o comércio, a indústria e o serviço sobre o reflexo da situação de incerteza que afeta fatalmente os grandes centros. Já está afetando com aumento de preço, com desemprego e com desaceleração econômica." afirmou Romeiro.
Romeiro destacou que as instituições financeiras cometem irregularidades na concessão de créditos rurais, o que agrava ainda mais a situação dos produtores.
Além das dívidas com a União, os produtores rurais gaúchos também enfrentam despesas com concessionárias de máquinas agrícolas, revenda de insumos e cooperativas. O diretor da Aper ressaltou que o projeto de securitização ajudaria os produtores a reorganizar suas finanças, permitindo que continuem produzindo sem precisar usar seu patrimônio para pagar dívidas.
Em 20 de maio, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, informou que o texto para a prorrogação das dívidas já foi elaborado e será encaminhado ao Conselho Monetário Nacional pela ministra Simone Tebet.
*Reportagem produzida com auxílio de IA