A Colômbia enfrenta uma grave crise de segurança com uma série de explosões que atingiram a cidade de Cali e municípios vizinhos nesta terça-feira, 10. Foram registrados sete atentados, sendo quatro deles realizados com carros-bomba, elevando a tensão e a instabilidade no país.
Os ataques ocorreram em áreas próximas a delegacias, resultando na morte de pelo menos uma pessoa. A onda de violência acontece apenas três dias após um atentado contra o senador Miguel Uribe, que foi baleado durante um comício em Bogotá e permanece em estado grave após cirurgias na cabeça e perna.
Os carros-bomba explodiram nos municípios de Jamundí e Corinto, na região do departamento de Valle del Cauca, cuja capital é Cali. Essa área é conhecida pela forte presença de dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que frequentemente entram em confronto com as forças estatais.
Até o momento, nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos atentados. As autoridades colombianas estão investigando possíveis ligações entre os ataques e facções armadas que se recusam a aderir aos acordos de paz propostos pelo governo.
"Qué indignación ver cómo al país se lo toma el terrorismo minuto a minuto mientras Petro está de brazos cruzados. Hoy amanecemos atentados con carro bomba en El Bordo, municipio de Patía (sur del Cauca), donde fue activado un carro con explosivos cerca de la estación " - María Fernanda Cabal.
Apesar da gravidade da situação, o presidente Gustavo Petro não mencionou os atentados em sua manifestação pública. Em vez disso, utilizou as redes sociais para criticar a oposição, acusando-a de explorar politicamente o ataque ao senador Uribe. Petro reiterou que seu governo busca a "paz e a justiça social", mas a oposição o acusa de fomentar um clima de hostilidade e enfraquecer a autoridade do Estado.
Parlamentares da oposição argumentam que a retórica de Petro intensifica as tensões e diminui a capacidade do governo de controlar regiões dominadas por grupos armados. A sequência de atentados traz à memória os momentos mais sombrios das décadas de 1980 e 1990, quando assassinatos de líderes políticos eram comuns na Colômbia.
A população colombiana, mais uma vez, vive sob o medo, especialmente com a aproximação da campanha eleitoral. A pressão sobre o governo para que apresente soluções e restaure a segurança pública é cada vez maior.
A crise atual coloca em xeque o discurso de pacificação do presidente e expõe a fragilidade dos acordos firmados com ex-guerrilheiros, além da dificuldade do Estado em manter o controle sobre áreas dominadas pelo crime organizado e pelas facções armadas.
*Reportagem produzida com auxílio de IA