Três meses depois de ser condenado a 11 anos de prisão, pelo estupro de 12 mulheres, Rafael de Sousa Leite, de 31 anos, foi preso em Dourados, a 233 quilômetros de Campo Grande. Enquanto ainda estava foragido, Rafael invadiu uma residência de uma dona de casa da Capital, que agora respira aliviada ao ver a justiça sendo feita.
Raisa Miure Souza Pereira, de 34 anos, estava em casa com o filho, de 4 anos, que é autista quando teve o imóvel invadido pelo maníaco, no Bairro Rita Vieira. Era 1h da madrugada daquela dia 3 de maio, quando a mulher acordou com o criminoso abrindo a janela de sua residência.
Marcas dos pés do criminoso no muro da casa da vítima. (Foto: Direto das Ruas)
Rafael entrou no local pulando o muro e disse que estava fugindo da polícia. Conforme a vítima, ao avisar que ia ligar no 190 o abusador ainda insinuou. "Eu sei que você também quer, abre a porta moça", disse Rafael. O criminoso ainda tentou abrir as portas e janelas, mas não conseguiu e acabou fugindo antes da chegada da Polícia Militar. Nas paredes do imóvel ficaram as marcas das mãos e pés do maníaco.
Traumatizada, Raisa conta que teve de se mudar para a casa da sogra, pois não conseguia mais ficar em sua residência depois do ocorrido. O seu filho também ficou mais retraído desde o ocorrido.
O crime por violação de domicílio foi registrado por Raisa na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) da Capital. Da unidade o caso foi transferido para a 4ª DP (Delegacia de Polícia) nas Moreninhas, que desde então suspeitava que o invasor poderia ser o "maníaco". No último sábado, contudo, Rafael foi preso pela Polícia Civil de Dourados. Os investigadores então entraram em contato com a polícia da Capital, que por sua vez, mostrou as imagens do suspeito à Raisa. Sem hesita, a dona de casa reconheceu que o foragido preso no interior era o mesmo que havia invadido a sua residência.
"Foi um susto muito grande, nunca que eu iria me esquecer da cara desse homem", comenta Raisa. A prisão do "maníaco" traz alívio, mas não apaga a suspeita de que ele possa ter cometido outros crimes no intervalo em que esteve foragido. "É uma situação de utilidade pública, é importante que seja divulgado, porque ele pode ter feito isso com outras pessoas", conclui.
Confessou - Os estupros cometidos por Rafael na Capital, começaram a ser catalogados em 2015 depois que a Deam (Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher), notou características em comum entre boletinas de estupro registrados na delegacia. A principal delas era o local onde as vítimas era abordadas: nos pontos de ônibus. Diante da polícia, Rafael confessou ter estuprado 12 mulheres na Capital e, no dia 3 de março, foi condenado a 11 anos de prisão, em regime fechado, pela juiza May Melke Amaral.