Nove dias após seu desaparecimento, o corpo do dissidente venezuelano Ronald Ojeda foi encontrado em uma mala, enterrado sob concreto e cal viva no Chile.
Após um ano de investigação, autoridades chilenas divulgaram evidências que apontam para o envolvimento do governo de Nicolás Maduro em seu assassinato. O regime venezuelano nega as acusações.
A investigação chilena acusa 19 pessoas pelo crime, majoritariamente ligadas à gangue venezuelana Tren de Aragua. Três testemunhas afirmam que o governo Maduro contratou a gangue para executar Ojeda.
"Ainda não está provado, mas as evidências apontam para um assassinato político."
concluiu a ministra do Interior do Chile, Carolina Tohá.
Uma das testemunhas declarou que Diosdado Cabello, aliado próximo de Maduro, ordenou pessoalmente a execução. A ministra Carolina Tohá descartou as hipóteses de extorsão e disputas entre gangues.
O governo venezuelano rejeita as acusações, contra-atacando com alegações de uma suposta operação de "bandeira falsa" por parte do Chile. Como resposta, Caracas fechou consulados chilenos e rompeu relações diplomáticas com o país.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, declarou que, se a participação do governo venezuelano for confirmada, o caso representa "não apenas uma violação da nossa soberania, mas também dos direitos humanos".
O caso ocorre em meio às tentativas do governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, de negociar um acordo com Maduro para deportação de venezuelanos indocumentados. A situação gera tensão diplomática entre o Chile e a Venezuela, enquanto dissidentes venezuelanos continuam a fugir do país, temendo por suas vidas.
*Reportagem produzida com auxílio de IA