Em 2022, sete anos após o inĂcio de um processo, uma juĂza do Maranhão autorizou a penhora de mais de R$ 4,8 milhões do Banco do Nordeste. A PolĂcia Federal (PF) destaca que essa decisão ocorreu apesar de divergĂȘncias significativas nos cĂĄlculos apresentados pelas partes e sem o envio dos autos à Contadoria do Tribunal de Justiça do Maranhão.
Em decorrĂȘncia dessa decisão, o juiz Simas de Sousa, substituto na 5ÂȘ Vara CĂvel, emitiu um novo alvarĂĄ no valor de R$ 3,4 milhões. O montante foi sacado em apenas 18 minutos, levantando suspeitas de irregularidades.
A PF indiciou os juĂzes e um advogado por tramitação fraudulenta de processos e recebimento de valores indevidos. A investigação analisou o celular apreendido da juĂza, revelando, segundo o relatório, "grande interesse por parte da juĂza na tramitação dos processos aqui investigados, envolvendo o Banco do Nordeste".
"Sobre a decisão que culminou na emissão do alvarĂĄ, reitera que esta se deu no bojo de uma execução definitiva, após trĂȘs dĂ©cadas de tramitação, sem qualquer causa suspensiva ou ação rescisória que pudesse interferir no curso normal do processo, sendo, pois, ato jurisdicional previsto em lei processual, a qual o magistrado tem atuação vinculada. Tal ato, aliĂĄs, foi escrutinado oportunamente pelo CNJ que corroborou sua como ato absolutamente regular." concluiu a defesa da juĂza Rocha.
A defesa da juĂza Rocha afirma que irĂĄ comprovar a lisura de sua atuação. O caso envolve a juĂza Rocha, o juiz Simas de Sousa e um advogado, todos indiciados pela PF. A investigação abrange tambĂ©m o Banco do Nordeste e levanta sĂ©rias questões sobre a integridade do sistema judicial maranhense.
A PolĂcia Federal continua a investigação, buscando esclarecer todos os detalhes do caso e identificar outros possĂveis envolvidos. A repercussão do caso Ă© significativa, gerando debates sobre a necessidade de maior transparĂȘncia e rigor na justiça brasileira.
O Estadão tentou contato com o juiz Simas de Sousa, mas sem sucesso atĂ© o momento. A falta de resposta reforça a necessidade de esclarecimento pĂșblico sobre as alegações da PolĂcia Federal.
O caso demonstra a urgĂȘncia em se combater a corrupção no Poder JudiciĂĄrio e reforça a importância de mecanismos efetivos de fiscalização e punição para garantir a justiça e a confiança na instituição.
*Reportagem produzida com auxĂlio de IA