A nomeação de Mozart Sales para a Secretaria de Atenção Especializada à Saúde pelo ministro Alexandre Padilha gerou controvérsia, reacendendo debates sobre corrupção e favorecimento político no governo Lula. Sales, que já foi alvo de investigação da Polícia Federal na Operação Pulso, é amigo de longa data de Padilha e membro da mesma corrente partidária.
A Operação Pulso, deflagrada em 2015, investigou Sales por suspeitas de envolvimento em um esquema de manipulação de licitações e desvio de recursos públicos na Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). Na época, a PF encontrou dinheiro sendo jogado pela janela durante a operação, que tinha como foco o então presidente da empresa, Rômulo Maciel Filho.
A indicação de Sales para o cargo estratégico de secretário, responsável pelo controle de qualidade do SUS e pela gestão de recursos para tratamentos de alta e média complexidade, provocou reações imediatas na oposição. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) cobrou explicações de Padilha sobre a nomeação de um investigado por desvios na Hemobrás.
"cabe esclarecer que a própria Polícia Federal concluiu que o ex-diretor Mozart Sales não tinha qualquer participação ou responsabilidade nas supostas irregularidades, as quais eram anteriores à sua posse como diretor da estatal". declarou o Ministério da Saúde em nota.
Segundo a pasta, todas as questões envolvendo Sales foram arquivadas ao final das investigações, sem indiciamento ou denúncia. "Assim, não há nenhuma investigação ou processo em curso, em qualquer instância, sobre essas alegações", afirmou o Ministério da Saúde.
Além das controvérsias em torno de seu passado, a atuação de Sales como assessor de Padilha na Secretaria de Relações Institucionais também é alvo de questionamentos. Ele era responsável pela mediação com o Ministério da Saúde na liberação de verbas, o que gerou atritos com políticos do centrão.
O portal Uol identificou que Sales frequentou o ministério 76 vezes em um ano e meio, embora sua agenda oficial registrasse apenas 15 visitas. O portal encontrou evidências de omissões nos registros de entrada e saída do prédio, levantando suspeitas sobre a natureza de suas atividades.
Há acusações de que Sales favoreceu um grupo de prefeitos com repasses de recursos, especialmente da Saúde, sem critérios técnicos. As verbas eram liberadas de forma acelerada, e Sales era o encarregado de levar as ordens diretamente ao ministério, evitando o registro oficial do direcionamento político. Este tipo de manobra é a especialidade da esquerda brasileira, vide o mensalão e petrolão.
O caso de Mozart Sales expõe mais um capítulo nebuloso na gestão Nísia Trindade na pasta da Saúde, que já enfrenta críticas pela destinação de recursos e nomeações questionáveis. A proximidade de Sales com Padilha e a influência do ministro no governo Lula intensificam as suspeitas de aparelhamento político e uso da máquina pública para fins escusos. Será que o governo Lula vai se superar em casos de corrupção?
*Reportagem produzida com auxílio de IA