Nova presidente da Sanesul é alvo de 12 ações de cobrança e não pagou dívida trabalhista

No Governo do Estado, já na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), ela foi coordenadora de Gestão de Compras, Materiais, Contratos e Patrimônio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de MS.

Primeira mulher a presidir a Sanesul, Marta teve experiência como dono da agência de viagens Marina Turismo, que fechou (Foto: Arquivo)

Primeira mulher a presidir a Sanesul, Marta teve experiência como dono da agência de viagens Marina Turismo, que fechou (Foto: Arquivo)

Primeira mulher a assumir a presidência da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), Marta Ferreira Rocha é alvo de 12 ações de cobrança na Justiça estadual. Em decorrência da empresa Marina Turismo, que fechou, ela também tem certidão positiva por débitos trabalhistas.

Os calotes datam de 2010 e completam quase 12 anos, conforme informações disponíveis nos sites do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. O maior débito de R$ 2,4 milhões é com o Sicredi, um banco cooperativa.

Conforme o processo, que está suspenso há um ano, o valor da dívida era de R$ 45,1 mil. O juiz chegou a determinar o pagamento em 9 de agosto de 2010, mas a empresária nunca cumpriu a medida. O valor atualizado seria de R$ 2.479.004,80.

De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, a nova presidente da estatal está inscrita no cadastro de maus pagadores por duas ações judiciais de 2010. Na primeira, o débito trabalhista é de R$ 21 mil, enquanto na outra de R$ 24,2 mil.

O Bradesco conta com pelo menos sete processos judiciais de cobrança de débitos que oscilam entre R$ 16,1 mil a R$ 1295 mil. A maioria está suspenso porque ocorreu o prazo de manifestação do autor, mas a instituição financeira nem a ré se manifestaram mais.

A empresa Ativos S.A. Securitizadora de Créditos FInanceiros cobra R$ 420,4 mil. A Justiça deu prazo para o credor se manifestar sobre risco da ação ser extinta.

O Sicredi pediu a apreensão de veículos para garantir o pagamento de R$ 102,9 mil. No entanto, o pedido foi negado pela juíza Luciane Buriasco Isquerdo, da 3ª Vara Bancária. A magistrada deu prazo para o banco informar quais os bens de Marta ou da Marina Turismo poderão ser penhorados.

A nova presidente da Sanesul foi procurada na sexta-feira para se manifestar sobre as ações e a certidão positiva por débitos trabalhistas, mas não se manifestou.

O Sindagua-MS (Sindicato dos Trabalhadores) enviou um ofício após receber várias denúncias sobre a nova dirigente. "O sindicato, em função de várias denúncias e documentos, remeteu um Ofício ao Comitê de Elegibilidade solicitando que observasse as denúncias. E que entendemos que toda a responsabilidade por qualquer ato que possa denegrir a imagem ou trazer prejuízos a empresa é de TOTAL RESPONSABILIDADE do Conselho de Administração", limitou-se a declarar a entidade.

No currículo de Marta Ferreira Rocha não há nenhuma menção a sua atuação na iniciativa privada. Ela foi gerente de núcleo, assessora de planejamento e diretora de compras na Secretaria Municipal de Fazenda do Município de Dourados.

No Governo do Estado, já na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), ela foi coordenadora de Gestão de Compras, Materiais, Contratos e Patrimônio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de MS.

Na gestão de Valter Carneiro Júnior na Sanesul, que deixou o cargo de presidente para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Progressistas (PP), ela foi gerente de infraestrutura e chefe de gabinete da presidência.