União Brasil deve dar palanque para Jair Bolsonaro em Mato Grosso do Sul

Acordo para o partido da pré-candidata Rose Modesto apoiar a candidatura de Bolsonaro teria o aval de Luciano Bivar

Palanque de Rose Modesto foi apresentado em março, é liderado pela senadora Soraya Thronicke e deve ter Bolsonaro nele - Divulgação

Palanque de Rose Modesto foi apresentado em março, é liderado pela senadora Soraya Thronicke e deve ter Bolsonaro nele - Divulgação

Mesmo depois de o União Brasil ter lançado a pré-candidatura do deputado federal Luciano Bivar à Presidência da República, o partido em Mato Grosso do Sul decidiu apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. A cúpula se reuniu para tratar dessa questão política e recebeu o aval de Bivar para fazer a campanha de Bolsonaro no Estado.

Além de Mato Grosso do Sul, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o de Mato Grosso, Mauro Mendes, todos do União Brasil, também acertaram apoio à reeleição de Bolsonaro. Com isso, o União Brasil do Centro-Oeste, exceto do Distrito Federal, deve caminhar com o presidente.

O pedido para apoiar Bolsonaro foi feito em reunião da senadora Soraya Thronicke, presidente regional do partido, com o vice-governador Murilo Zauith e a deputada federal e pré-candidata a governadora do Estado Rose Modesto, além de outras lideranças da cúpula do novo partido e do presidente nacional do União Brasil, deputado federal Luciano Bivar (PE).

A resistência a esse acordo partiu do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, vice-presidente do União Brasil. Ele deixou o governo em pé de guerra com o presidente Jair Bolsonaro, por divergências na política de combate à pandemia.

A decisão de apoiar a reeleição de Bolsonaro ainda não se tornou pública, enquanto Luciano Bivar estiver negociando aliança para a sua pré-candidatura a presidente da República. Bivar está em conversações com os dirigentes do MDB e do PSDB para a escolha de um candidato da terceira via.

Hoje, a senadora Simone Tebet (MDB) foi escolhida para a corrida ao Planalto, e o PSDB aposta no ex-governador de São Paulo João Doria para a sucessão presidencial. Porém, nenhum deles deslanchou, até então, nas pesquisas eleitorais.

Portanto, ficou acordado entre os integrantes do União Brasil em Mato Grosso do Sul de não falarem nada sobre apoio a Bolsonaro até os três partidos decidirem o rumo da terceira via. Oficialmente, a legenda negará qualquer aval para o apoio a Bolsonaro.

A previsão é de que o partido bata o martelo para apoiar Bolsonaro no Estado no dia 3 de junho. A mesma data está estipulada também para os estados de Goiás e Mato Grosso.

Puro sangue

A pré-candidata ao governo de Mato Grosso do Sul Rose Modesto (União) deve formar uma chapa "prata da casa" quando for dividir o palanque aqui no Estado com quem for concorrer à Presidência da República.

Até algumas semanas atrás, a expectativa era de que o ex-juiz Sergio Moro pudesse ser o concorrente do União Brasil.

Porém, a pré-candidatura de Moro esfarinhou-se e hoje, dentro do partido surgido a partir da fusão do DEM e do PSL, há quem aposte que o ex-magistrado que pôs Lula na cadeia deverá disputar vaga ao Senado ou mesmo mandato de deputado federal pelo estado de São Paulo.

A reportagem tentou ouvir, ontem à tarde, o comando estadual do União Brasil para saber dele se a troca de Moro por Simone favoreceria, ou não, as chances de Rose na disputa, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.

Para disputar o pleito de 2022 ao governo de MS, Rose, que era do PSDB há 15 anos, largou o partido e filiou-se ao União Brasil. Pelo menos até agora, o partido novo dela não definiu o nome do (a) vice-governador (a), tampouco quem concorrerá ao Senado.

"Temos boas opções, nomes fortes e com grandes chances de eleição. Sem dúvida, com as pesquisas que estão sendo realizadas [internas, pelo partido], vamos chegar ao nome que melhor atenda às expectativas do eleitor sul-mato-grossense", disse na semana passada ao Correio do Estado, por meio de sua assessoria de imprensa, a presidente regional do União Brasil, a senadora Soraya Thronicke.

Simone?

Nacionalmente, o partido tenta articular a terceira via com a sul-mato-grossense Simone Tebet, pré-candidata à Presidência. Mas a pré-candidatura de Simone enfrenta resistência nas bases.

O Correio do Estado apurou que os pré-candidatos a deputado estadual e federal querem ficar "liberados" para pedir votos para a reeleição de Bolsonaro.

945 milhões de reais do fundão eleitoral

O União Brasil será o partido que terá mais dinheiro para gastar nas eleições deste ano: R$ 945,9 milhões do Fundão Eleitoral. O valor será dividido entre todos os diretórios regionais do Brasil.