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PGR

Vice-procuradora-geral da República afirma que Moraes "contaminou" provas

PGR volta a pedir que o STF arquive o inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro vazou dados sigilosos


A Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) voltou a pedir que o Supremo Tribunal Federal (STF) arquive o inquĂ©rito que apura se o presidente Jair Bolsonaro (PL) vazou dados sigilosos de uma investigação da PolĂ­cia Federal (PF) ainda não finalizada.

O documento assinado pela vice-procuradora-geral, Lindôra AraĂșjo, alega que o ministro Alexandre de Moraes violou o sistema acusatório, ao determinar novas medidas na apuração. A integrante da PGR, braço direito do procurador-geral, Augusto Aras, argumenta que o magistrado "adentrou nas funções precĂ­puas e exclusivas" do MinistĂ©rio PĂșblico e "contaminou" provas de uma investigação contra o presidente.

Lindôra tambĂ©m rebate que a atuação de Aras tenha sido irregular ao pedir o encerramento da investigação. Para a procuradora, o colega atuou de forma tĂ©cnica, jurĂ­dica, isenta, sem "qualquer desiderato [desejo] de prejudicar ou beneficiar determinadas pessoas".

Em agosto de 2021, Bolsonaro expôs nas redes sociais a Ă­ntegra de um inquĂ©rito da PolĂ­cia Federal, trĂȘs anos antes, que apura suposto ataque ao sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por lei, qualquer servidor pĂșblico tem obrigação de proteger informações sigilosas, independentemente de hierarquia.

À Ă©poca, os ministros do TSE enviaram uma notĂ­cia-crime endereçada a Alexandre de Moraes relatando a suposta conduta criminosa do presidente. Então o ministro do STF decidiu abrir um inquĂ©rito para investigar o caso.

Neste ano, o procurador-geral da RepĂșblica, Augusto Aras, afirmou em seu parecer que, mesmo que as informações tenham sido divulgadas pelo presidente de forma "distorcida", não houve crime na conduta.

JĂĄ em um relatório preliminar encaminhado pela PF ao Supremo, no começo do ano, a delegada Denisse Ribeiro afirmou que reuniu elementos sobre a "atuação direta, voluntĂĄria e consciente" do presidente ao divulgar informações sigilosas de uma investigação em andamento.

A delegada tambĂ©m apontou o envolvimento do deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), que participou da live com o presidente em 2021, alĂ©m do ajudante de ordens da PresidĂȘncia, Mauro Cid, que, segundo a investigação, foi o responsĂĄvel por divulgar o inquĂ©rito na internet.

No mesmo inquĂ©rito, em janeiro deste ano, Alexandre de Moraes tambĂ©m havia determinado que Bolsonaro deveria prestar depoimento presencialmente. No entanto, o presidente acabou não acatando a ordem do ministro.

Revista Oeste

Alexandre de Moraes Jair Bolsonaro Procuradoria Geral da República (PGR) Supremo Tribunal Federal (STF)

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