Jovem agricultor segue legado da família na produção de chuchu

Natã Nascimento, de 19 anos, quer seguir os mesmos passos do pai na agricultura, que é conhecido na região como "Rei do Chuchu"

Natã Nascimento, produtor de chuchu em São Miguel Arcanjo (SP) - Foto: Arquivo pessoal

Natã Nascimento, produtor de chuchu em São Miguel Arcanjo (SP) - Foto: Arquivo pessoal

"Ser agricultor é gratificante, ao mesmo tempo que é muito difícil. Mesmo assim, é a base de tudo, porque sem a agricultura não teria nada nesse mundo", declara o jovem produtor Natã Nascimento.

Aos 19 anos, ele segue o legado da família na produção de chuchu e não se arrepende de ter trocado a diversão da adolescência pelo trabalho disciplinado no campo.

No Dia do Agricultor, Natã mantém a rotina. Acorda às 5h, vê a previsão do tempo e vai para a roça. A madrugada é o termômetro para um dia na lavoura e essa lição ele aprendeu com os pais, que saíram de Pernambuco para o Paraná em busca de oportunidades, mas foi quando chegaram à cidade de São Miguel Arcanjo, sudoeste de São Paulo, que começaram a trajetória no campo, em 1990.

Desde que eu me entendo por gente, a lavoura é a lida dos meus pais e, consequentemente, é o que foi passado para mim. Eu peguei gosto pela coisa também
— Natã Nascimento


Ao longo dos últimos 20 anos, a família Nascimento focou os esforços nos cuidados com a terra. Atualmente, o pai Caetano é reconhecido e aclamado na região como "Rei do Chuchu" devido a sua produtividade e ao tempo que se dedica a este trabalho.

Para o filho, ele já repassou um trabalho: deu uma área para que pudesse plantar também e representar a sucessão na segunda geração na agricultura.

Natã, atualmente, colhe por semana 1.000 caixas de 20 kg de chuchu no período de pico da safra, que se estende até início de junho. Toda produção é enviada à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).

A organização das caixas é uma das etapas importantes antes de mandar para a Ceagesp — Foto: Arquivo pessoal

"A parte mais gratificante da produção para mim é a colheita, porque parece uma criança, que você vem cuidando desde seu nascimento até ela chegar à fase adulta e dela chegar à produção. E é uma das mais cansativas também, porque é a hora que a gente apura a pressa", relata.

O resultado se dá em uma pequena área plantada de cinco hectares. Por enquanto, sua meta é continuar "fazendo bem o plantio de chuchu" e driblando as dificuldades da concorrência, do salto da oferta e da consequente redução dos preços.

Sonhos de agricultor

Para o futuro da agricultura, Natã é categórico e fala que tem dois sonhos: que o trabalho dos agricultores seja cada vez mais reconhecido e que o produto agrícola tenha valor já no campo e não custe o "triplo na prateleira do que custava na roça".

Segundo dados do IBGE, ele faz parte de um grupo de menos de 1% de produtores jovens no Estado de São Paulo que estão à frente da gestão do cultivo. O pai, ele conta, fica de olho e o ajuda nas decisões de comercialização e contratação de funcionários temporários para a colheita.

O pico da colheita de chuchu acontece entre março e início de junho — Foto: Arquivo pessoal

Nos próximos anos, Natã espera continuar superarando os desafios inerentes à atividade rural, especialmente o alto custo dos insumos e as variações do clima. E, como a maioria dos agricultores, mantém sólidas a sua resiliência e sua fé no campo.

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